Abrolhos

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Pedofilia e Celibato

Desculpem, meus amigos, mas eu não vejo solução para esse problema na Igreja. Não nessa estrutura. Vamos pensar: pessoas com desvio, tipo pedofilia, em que se tem um objeto de desejo totalmente inaceitável socialmente e altamete nocivo para um ser humano em formação, carrega uma culpa do tamanho de um elefante nas costas. Então entrar para uma instituição religiosa é uma fuga e não uma espiritualidade que brota genuina. Uma terapia de choque. Só que é mais uma peça que o subconsciente brota no masoquismo da pessoa. Vai para uma instituição que homens convivem com homens, muitas vezes mais novos, e a tortura é diária. Uma vez, Nely, minha eterna psicóloga, me disse que a culpa dispara a compulsão, num círculo vicioso. Então é natural que o desejo rompa a barreira do controle imposto e estas coisas aconteçam. Como fazer terapia num lugar em que não há concessões para a sexualidade? Pode-se usar medicamentos, mas eu sou cético de que eles podem curar a alma. Mesmo assim é válido para reduzir os danos a terceiros. Desistir, estas pessoas não vão, porque, mesmo abandonando a carreira, eles continuarão se sentindo culpados. É diferente do heterossexual que pode continuar com uma vida conjugal e trabalhos comunitários. Na verdade, todos somos causadores e vítimas do nosso tempo. Até 2 gerações atrás, a repressão era grande. A sexualidade, numa criança reprimida, se dá junto com o prazer do proibido. Depois veio a geração do contrário, da falta de limites, ou seja, quase todos nós temos problemas, mas com alguma lucidez de que, daqui por diante, temos que achar a dose certa, a medida da educação ideal. Então, no futuro, uma geração mais saudável, em que a espiritualidade ocorre naturalmente, será predominante e consequentemente, a sexualidade será livre de aberrações. Seremos todos peças de museu, fósseis de uma evolução que não pára. Como o que está feito está feito, vamos parar de nos chocar com estas coisas e ter fé que, com a nossa participação, como pais, tudo irá mudar. Bjos.

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