Abrolhos

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

A Estória mais Longa do Universo

É estória mesmo, porque é só minha intuição. Qualquer dia eu vou perder a timidez, vou subir no palanque da Casa Francisco de Assis e vou começar meu depoimento assim:
- Todo mundo que começa a realmente acreditar em algo a respeito de Deus, logo começa a querer falar em Seu Nome. Isso é muito perigoso, pode induzir a conclusões erradas.
Então eu quero pedir que não tomem como verdade. Isto é um mero exercício de lógica.
Deus, que é o conhecimento supremo, teve a necessidade de se reproduzir. Como é que se reproduz um Deus? Pega-se uma bola de matéria prima. Dá-se uns choques nela e produz-se um "Big Bang". Então uma quantidade imensa de poeira cósmica, já programada "geneticamente" para formar galáxias, nebulosas e tudo aquilo que só os astrônomos conhecem,se espalha. Como células, corpos celestes nascem, se desenvolvem e morrem. Estas por sua vez são constituidas de sub unidades, que também o são e vamos assim, olhando por lentes de um microscópio gigante, ver que as galáxias têm estrelas, que têm planetas que têm matéria inorgânica e alguns têm ou hão de ter matéria viva. Estas, como tudo o mais no universo, nascem, crescem e morrem e dão lugar a algo mais desenvolvido. É na matéria orgânica que se brota o princípio inteligente, aquele que Deus semeou para finalmente se reproduzir. Ele cuidou pessoalmente das plantinhas, dos peixinhos, dos animais superiores, dos humanóides inferiores, colocando tudo em equilíbrio até que veio o homem e aí a coisa se complicou um pouco. O princípio inteligente não pode mais crescer sem um pouco de autonomia, sem conhecer as leis de causa e efeito, enfim, sem o famoso "livre-arbítrio". Tampouco o princípio inteligente se perde. Ele não pode ser desperdiçado nas chamas eternas de um inferno. Pode ser corrigido, pode ser melhorado. Assim como formas de vida que não têm mais razão de existir, como os dinossauros, nossas pequenas certezas, valores, dogmas que foram testados e reprovados vão ser extintos. A cada encarnação deixamos de ser um vinho ruim e adquirimos um rótulo de qualidade cada vez mais superior. Se seremos, no futuro, uma pequena célula de um novo deus, ou se seremos deuses para fazer companhia ao Criador ou se seremos apenas valorosos súditos, porém felizes com a nossa existência, eu não sei, é lógico. Mas a impressão que tenho, principalmente agora, com a velocidade que as coisas estão ocorrendo, que essa evolução acontece em progressão geométrica. E olhamos para trás e vimos quanta guerra inútil, quanta violência gratuita, quanta bobagem carregamos como um fardo pesadíssimo. Por isso devemos pensar duas vezes ao invés de sermos turrões e defendermos com unhas e dentes, "verdades" que poderão, no futuro, cair por terra,como a via láctea que se transformará num reles buraco negro.

domingo, 15 de agosto de 2010

Eu Gosto de Ser Médico?

Antes de mais nada quero pedir desculpas: Fui acometido de uma preguiça crônica e minha produção caiu prá caramba. Acho que perdi todos os meus seguidores. Se tiver alguém ainda me lendo, por favor, se manifeste.
Bem, a resposta tende a ser sim, mas não é uma questão simples.
A medicina, com tantas especializações, é um mundo muito heterogêneo. Tem gente, como os patologistas, que nunca viu um paciente na frente. Tem gente que cuida só de pacientes "saudáveis" como os plásticos. Tem aqueles que só tem contato com pacientes tão sofredores ou em coma, que não sabem o que vai pela cabeça deles, como os intensivistas ou emergencistas.
Então a questão é: Eu gosto de realmente ajudar os outros? Eu sei o que o próximo realmente necessita? Até que ponto eu me envolvo, ou devo me envolver, com o drama pessoal de cada um?
A medicina é uma ciência dinâmica, em eterna busca de uma identidade. Ela diz que o paciente tem que viver cada vez mais, mas não diz o que fazer com esse tempo extra, nem se esse tempo extra vai valer a pena, se a qualidade de vida após determinada moléstia vai ser boa o suficiente para permitir uma felicidade mínima.
Setores puramente científicos correm paralelo com setores humanistas, alternativos.
A espiritualidade está apenas começando a se inserir neste contexto.
Mas, voltando à pergunta: Eu gosto de ser médico?
Acho que o médico tem que ser um gerente de algumas variáveis para que a medicina seja uma atividade prazerosa. Ele tem que atender de forma que sinta que existe um equilíbrio entre remuneração financeira, satisfação pessoal, satisfação do cliente, aceitação de seus limites, saber que pode ser atingido por problemas pessoais que têm que serem sublimados na hora do trabalho. Trabalhar com a raiva dos outros ao verem suas perspectivas frustradas diante do inexorável diagnóstico desfavorável.
Uma vez que somos seres humanos e não conseguimos manter esse astral tão alto e tão constantemente, eu lhe digo: Não é sempre que eu gosto de ser médico, mas não existe nada que seja tão fascinante, complexo e que exija tanto de você. Uma montanha russa de emoções. E nem preciso ir ao Hopi Hari.

Beijos a todos

domingo, 1 de agosto de 2010

Pai Nosso - Minha Interpretação

Pai Nosso que estais no céu. – Na verdade Ele é a matriz do conhecimento e céu é a meta que todo o espírito deve atingir na sua caminhada, onde estaremos o mais semelhantemente possível iguais a Deus.
Santificado seja o vosso nome. – Acreditamos que a meta por Ele proposta é santa, isto é, a da felicidade verdadeira.
(e então que) Venha a nós o vosso reino. – Se assim agirmos o seu Reino virá. Ação e reação.
Seja feita a vossa vontade assim na Terra como no Céu. - Essa é a passagem que me reforça no Espiritismo, então o Céu não é um bem absoluto, onde ficamos num ócio eterno, lavados de todos os nossos defeitos, vícios, amores e desamores carnais. Então desejamos que, em todos os planos existenciais, seja feita a vossa vontade.
O pão nosso de cada dia, nos dai hoje. – O pão, o conforto, os prazeres desde que, na medida em que nos empurre para a melhoria interna, para a alegria da vida e não nos acomode em ilusões.
Perdoai as nossas ofensas. - Pode ter certeza que Ele nos perdoa. Podemos xingá-lo ou adulá-lo, fazer falsas promessas impossíveis de cumprir. Deus compreenderá o seu nível de aprendizado, mas geralmente, quando você ofende alguém é você quem está com problemas.
Assim como nós perdoamos a quem nos têm ofendido. – Se você quer descontar tudo que lhe fazem vai conseguir, mas não vai sair do lugar.
E não nos deixei cair em tentação. – Ele deixa, você é livre para fazer tudo. Tentação é o caminho mais fácil, o que não respeita os limites do seu próximo, geralmente a conta mais difícil de ser paga no futuro. É mais um lembrete para nós mesmos.
Mas livrai-nos do mal. – Do mal que a gente mesmo planta acho difícil, do mal gratuito que querem nos fazer, o pensamento elevado pode nos afastar.
Assim Seja.

Prá não perder o costume e manter algum elo que nos une, bjos a todos.
Lineu