Abrolhos

domingo, 15 de agosto de 2010

Eu Gosto de Ser Médico?

Antes de mais nada quero pedir desculpas: Fui acometido de uma preguiça crônica e minha produção caiu prá caramba. Acho que perdi todos os meus seguidores. Se tiver alguém ainda me lendo, por favor, se manifeste.
Bem, a resposta tende a ser sim, mas não é uma questão simples.
A medicina, com tantas especializações, é um mundo muito heterogêneo. Tem gente, como os patologistas, que nunca viu um paciente na frente. Tem gente que cuida só de pacientes "saudáveis" como os plásticos. Tem aqueles que só tem contato com pacientes tão sofredores ou em coma, que não sabem o que vai pela cabeça deles, como os intensivistas ou emergencistas.
Então a questão é: Eu gosto de realmente ajudar os outros? Eu sei o que o próximo realmente necessita? Até que ponto eu me envolvo, ou devo me envolver, com o drama pessoal de cada um?
A medicina é uma ciência dinâmica, em eterna busca de uma identidade. Ela diz que o paciente tem que viver cada vez mais, mas não diz o que fazer com esse tempo extra, nem se esse tempo extra vai valer a pena, se a qualidade de vida após determinada moléstia vai ser boa o suficiente para permitir uma felicidade mínima.
Setores puramente científicos correm paralelo com setores humanistas, alternativos.
A espiritualidade está apenas começando a se inserir neste contexto.
Mas, voltando à pergunta: Eu gosto de ser médico?
Acho que o médico tem que ser um gerente de algumas variáveis para que a medicina seja uma atividade prazerosa. Ele tem que atender de forma que sinta que existe um equilíbrio entre remuneração financeira, satisfação pessoal, satisfação do cliente, aceitação de seus limites, saber que pode ser atingido por problemas pessoais que têm que serem sublimados na hora do trabalho. Trabalhar com a raiva dos outros ao verem suas perspectivas frustradas diante do inexorável diagnóstico desfavorável.
Uma vez que somos seres humanos e não conseguimos manter esse astral tão alto e tão constantemente, eu lhe digo: Não é sempre que eu gosto de ser médico, mas não existe nada que seja tão fascinante, complexo e que exija tanto de você. Uma montanha russa de emoções. E nem preciso ir ao Hopi Hari.

Beijos a todos

6 comentários:

  1. Imagino que toda profissão tem seu fascinío, é óbvio que a medicina é uma profissão respeitável, admiro demais quem tem esse dom de ser médico, eu não o possuo.
    Estamos de volta
    como sempre adoro seus textos
    beijos
    tenha um bom dia!

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  2. Lineu,

    Não imagino vc em outra profissão. Acho que o ser humano que vai ser médico já é um predestinado, salvo raras excessões. A vocação já vem consigo.
    Vc fez medicina por vocação, não foi nenhum outro motivo que te levou a esse caminho....disso posso falar de cadeira, vivo com vc e vejo quanta paixão pela sua profissão.
    Beijos
    Te amo
    Lulynha

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  3. vc naum existe Lineu, vc é muito complexo.......

    rsssssssssssssssss

    eu prefiro ser adv, os riscos de "matar" o cliente são qse os mesmos a diferença é que se tem um uiz a culpar pela morte.....rssssssss

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  4. Olá Li, não perdeu seus seguidores não...agora falando do texto, vc realmente nasceu com o dom de ser médico,tem essa vocação dentro si,e é um excelente profissional,realmente exerce pq gosta do que faz,faz com carinho,e isso posso dizer com toda certeza,pois é o meu médico particular né rsrsrsrs, e aliás vc não só é um excelente profissional,mas também uma pessoa maravilhosa no pessoal.
    Gosto muito de vc viu.
    Bjs e que Deus o abençõe muito.
    Regiane Torri

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  5. Oi, Lineu, tudo bem?
    De tempos em tempos, venho dar uma lida em um novo conjunto de furacões mentais que saem aí dessa cabeça. Pensei na função de médico e lembrei-me de um certo quase recém formado que procurava estágio aqui no Mário Gatti. Foi falar com uma amiga e, de quebra, ainda ficou "zoando" com um cara que ficava pra lá e pra cá com uma cadeira de rodas. Expressou uma reação à cena: "ah, daqui a pouco vou pedir outra cadeira pra apostar corrida com ele". Lembro-me como se fosse mais recente. Quanto tempo faz, mesmo? Melhor não contar. Ainda bem que a fluidez da alegria sempre falou mais alto em você. Essa alegria transborda nas linhas ora imaginárias, ora reflexivas. Creio que também ocorra em seu trabalho.
    Coisa do espírito, que veio pra se aprimorar e caminhar mais alguns passos, aproveitando pra colocar em prática o que realmente precisa fazer e, de quebra, ganhar alguns bônus hora.
    Escreva sempre. Qualquer dia vou emprestar um texto seu, colocando a devida autoria, pra montar uma de minhas provas. Por hora, é só deleite!

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  6. tio te amooooooooooo lara

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