Abrolhos

sábado, 9 de abril de 2011

Impotência

Bom dia amigos.
Acredito que todos os que me lêem sabem que eu procuro aplicar os ensinamentos da doutrina espírita na minha vida, embora os meus defeitos demorem mais para desaparecer do que eu gostaria. Me sinto melhor quando eu esqueço o relógio da vida.
Vamos considerar as seguintes hipóteses como verdadeiras:
A vida continua após a morte e que, baseado nas leis de causa e efeito, colhemos o que plantamos e nada é esquecido e o perdão vem depois da reforma íntima.
O pensamento positivo atrai coisas boas e a alegria está dentro de nós e tudo que nos acontece tem um fim bom, independente de quão ruim possa parecer.
Muito bem. A vida, no seu plano coletivo, está, e sempre estará, semeada de desventuras alheias, de pessoas desequilibradas e pouco desenvolvidas no quesito amor fraterno. Então sempre teremos casos tipo Nardoni, maníaco do parque, goleiro Bruno e outros semelhantes.
Quantos de nós somos capazes de não nos contaminar com estas notícias e tocar a vida, não indiferentes, mas colocando o fato na sua dimensão exata e manter a serenidade e a alegria diante da mídia que nos lembra a toda hora e se desdobra repetindo e instigando ao ódio?
Mais uma vez aconteceu mais uma destas tragédias padrão. Agora em Realengo, na escola do Rio, e vamos saber de todos os detalhes, todos os lances, todos os “melhores momentos” no noticiário da noite. Já antevejo alguém resmungando:
- Ele não podia ter se suicidado, tinha que ser linchado!
De repente todos nós queríamos participar do linchamento, até do vizinho que põe o lixo na frente da nossa casa, do moleque que corta a nossa frente de moto e tudo o mais que nos irrite.
Não que eu seja totalmente contra a pena de morte, mas não deste jeito, apenas para coisas irreversíveis, cuja medicina e o sistema jurídico e penal não são capazes de corrigir. Gente que encarnou para ter uma chance de melhorar, mas que, por motivos alheios às boas intenções da espiritualidade que permitiu que aquele doente voltasse à vida, se deteriorou e a mente entrou por um caminho irreversível. Não sei, não me considero habilitado para decidir sobre pena de morte. Acho que a sociedade, com os conhecimentos que tem no campo da psicologia geral e forense e se incluísse conceitos espíritas poderia montar um esquema melhor de recuperação de tais indivíduos.
É essa a impotência que eu sinto diante deste circo armado e bem estruturado esperando só o próximo artista chegar. Será que a humanidade não poderia caminhar mais rápida ao seu adiantamento se a mídia desse uma amenizada nesses boletins de hora em hora, nessa divulgação excessiva da dor das pessoas envolvidas nos círculos mais próximos de relacionamento? È só boa intenção ou também uma questão de IBOPE?
Bjos a todos.