Abrolhos

domingo, 30 de maio de 2010

Purgatório à Prestações

Piracicaba qu'eu adoro tanto....
Mas que trânsito! Como tem gente braço curto!
Será que é geral no Brasil? Ou só perdemos para Sampa?
Para quem tem que se deslocar várias vezes nos horários de pico pela cidade, como eu, é como se tivéssemos que pagar pelas nossas faltas todo dia um pouquinho.
Como pessoas com comportamentos tão diferentes podem conviver pacificamente, sendo que a pressa de uns choca com a acomodação de outros, se a habilidade de uns choca com a insegurança de outros, se a imprudência de uns choca com o respeito às leis de trânsito de outros. Todos os dias, toda hora, over and over again.
Eu estou no time dos apressados e stressados. Tenho vontade de encaminhar uma proposta ao Prefeito de que construa um anel viário, não só para ônibus e caminhões, mas para senhoras que dirigem nos picos de movimento como no domingo à tarde, tiozinhos de chapéu que só saem com seus fusquinhas de seus sítios de vez em quando para a cidade. Mães que vão levar seus filhos à escola e param no meio da rua com direito a tchauzinho e repasse das recomendações aos filhos de se comportarem. As escolas seriam transferidas para o anel viário, bem como lojas em liquidação, o torra-torra, aqueles chatos com megafone no centro.
No outro extremo, motoqueiros nos submetem às suas vontades, seja amarrando o trânsito, seja pulando na nossa frente quando abre o sinal, seja cortando entre os carros, quase atropelando pedestres que aproveitaram o espaço que demos de cortesia para atravessar.
Completando tudo, a cereja do bolo, o asfalto. Todo ondulado, esburacado, mesmo quando asfalto novo. Vamos lançar a campanha: Barjas, faça menos, mas mais bem feito! Eu sei que o solo de Piracicaba não é propício para um asfalto lisinho, que dá mais trabalho, tem que assentar melhor. Mas se fizer bem feito é uma vez só, gasta menos em manutenção. Parece que é tudo feito nas coxas, por exemplo, quando a SEMAE esburaca a rua para fazer um reparo, depois fica ou rebaixado, ou elevado ou fraco e logo vem um buraco, não é?
Qual a solução? Acho que é um exame de consciência de cada um para achar o seu "calcanhar de aquiles". Motoristas atentos têm que ter paciência (que tal usar aqueles CDs de relaxamento?), desatentos têm que ver a mudança de sinal, motoqueiros tem que ter bom senso, pessoas que não tem mais condições de dirigir têm que dar o braço a torcer, não importa o que a carteira de motorista diga, para o bem da coletividade. Bjos.
PS: Não me tomem como sexista, gerifóbico, barjasfóbico ou qualquer coisa assim.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Gente Fina

Existe uma geração, que para mim é especial. Seria a que está hoje entre seus 45 e 60 anos. Viveu os anos 60, 70 e 80, pegou a escola que ainda tinha um bom nível, a cultura, conheceu as drogas e (nem toda) saiu ilesa ou quase. As pessoas iam se divertir com o objetivo de realmente se divertir, se tinha briga era coisa de momento, tinha o rock, a disco, a mpb, a boemia, as serenatas, a arte da conquista do sexo oposto. E as pessoas até hoje tem conteúdo. Falam de tudo e de tudo entendem um pouco. Eu participei do final dessa geração. São pessoas imperfeitas, mas tinha arte nesta imperfeição. Pessoas que, quando morrem, Deus coça a cabeça para decidir aonde colocar. Se existem 7 camadas na espiritualidade, talvez dê na 3a ou 4a, sei lá.
Nem tudo foram flores nessa época, mas acho que estamos pagando, vendo que a música agora é ruim, as mulheres estão engordando, a bebida é a mesma, mas o médico não deixa. Trabalha-se mais para ganhar menos, Os neurônios não mais acompanham a informática e eu acho que tudo isso dá a impressão que estamos morrendo aos poucos. Mas o charme decadente... Esse é demais! Não tem conversa de bar mais rica, humor mais sarcástico, lembranças melhores de tempos idos.
Foi uma combinação única de fatores. O florescer de novas idéias, experiências musicais. Exageros foram inevitáveis no mundo que acordava para o social, o sexo livre, a liberação dos costumes, da estrutura rígida que antes engessava o espírito.
Até então, não se podia ser o que se quisesse, tomar banho de chapéu, imitar Carlos Gardel ou esperar Papai Noel (Raul Seixas).
Mas não fizemos tudo que devíamos. Criamos nossas crianças sem limite nenhum, e agora tem cada "capeta"! Não moderamos com aquelas doses a mais de "whisky a go-go" e agora tem cada cirrose! Fumamos demais e agora tem cada enfisema!
Mas o charme decadente...Eu não me troco por nenhum garotão de 20. Bem, talvez o corpo, mas ele não vai querer.
Amigos, foi bonito demais, mas temos que nos adaptar, meus caros dinossauros. Ainda bem que tem viagra. Eu vou escrever uma segunda parte por que eu sei que é um saco texto comprido. Eu mesmo não tenho paciência...É a idade. Bjos

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Resposta

Caro anônimo (não sei por que as pessoas se manifestam assim, eu não mordo), você tá certo!
Eu acho complicado quem fala em nome de Deus e eu fui taxativo. Eu não tenho esse direito. Cada um tem a sua fé e devemos respeitar. São apenas idéias minhas para refletir.
Obrigado.

domingo, 16 de maio de 2010

Deus Não É Clientelista

Uma vez vi por acaso, na internet, uma foto de telescópio de uma galáxia, era lindíssima, fiquei apaixonado por aquela profusão de estrelas se formando e outras morrendo, as cores indicando suas idades, buracos negros, um espetáculo.
É lógico pensar que Deus, maestro disso tudo, que produz e extingue milhares de espécies de vida na Terra, numa evolução contínua, (veja o nível de inteligência e o tamanho das crianças de hoje em dia) que Ele possa ajudar o Corinthians ou Palmeiras? O filho de fulano num teste de vestibular? O peão de boiadeiro de uma chifrada mortal? Se Ele gostasse mais dos cristãos que dos muçulmanos a história das cruzadas seria diferente. E se fosse o contrário, o mundo cristão não seria tantas vezes mais rico que o muçulmano. Ele não é evangélico, espírita, católico ou da umbanda. Não tem time, cor, nacionalidade, então prá algumas causas não adianta rezar, é até tomar o Seu santo nome em vão.
Não tem nada que não tenha uma causa e um propósito no Plano Maior, nada é atendido sem uma mudança de atitude, de um pensamento viciado, negativo. Não importa se é uma oração curta ou uma novena, se é baixinho ou gritado num aparelho dolby surround. Pior quando é promessa com jeito de chantagem: - Se o Senhor me escutar eu vou doar tanto para a Igreja ou vou parar de fumar. Pior ainda é quando esta idéia é sugestionada por líderes religiosos.
Parece que quanto mais crescemos, menos Deus interfere nos nossos destinos, cada vez mais somos responsáveis pelas nossas escolhas e estamos sendo "desmamados".
Agora isso é porque eu acredito: Orar é prá pedir paciencia, para aceitar o que não pode ser mudado, coragem para mudar o que posso e sabedoria para saber a diferença (é uma oração, mas eu não sei exatamente como é).
Um beijo e fiquem com Ele.

terça-feira, 11 de maio de 2010

O Poder

Ah, o poder...
Roupa de grife, perfume importado, acessor pra tudo, carro a disposição.
Ah, o poder...
Viagens a "trabalho", fotografia no jornal, presentes e descontos.
Ah, o poder...
Discutir de igual pra igual com um empresário cujo saldo médio pode ser centenas de vezes maior que o seu, ser paparicado e até ser temido por ele.
Ser convidado para festas, mulheres dando em cima, decidir com uma canetada se milhares de pessoas vão receber água ou esgoto antes de outras milhares de pessoas. Se uma multinacional vai se instalar ou não aqui, alí ou acolá. Ser bem tratado em qualquer lugar, pessoas humildes lhe beijando a mão. Decidir se o dinheiro vai ser gasto com um hospital, creche ou escola, decidir se a natureza vai ou não morrer alí. Seria a reencarnação dos césares decidindo a vida dos cristãos com o polegar?
Eu estou falando de um político...honesto.
Nada disto é crime ou passível de alguma punição.
O poder é muito sedutor, uma festa dos sentidos, por mais que o outro lado, o de ser culpado na hora da crise por tudo e de falarem mal de você por trás, tente estragar.
O problema é que sempre (ou quase) tem um joio no trigal do partido e ele contagia. Pense, se tá tão bom assim, eu vou bater de frente com aquele correligionário safado? Depois a maracutaia começa a se espalhar primeiro naqueles que têm uma blindagem menor contra a corrupção. Sendo nível 10 aqueles incorruptíveis, 9 - aqueles que roubariam num caso de doença extrema na família, 8 - dívidas com a faculdade do filho, 7 - o desejo de dar uma vida melhor para os seus e assim vai até 1 ou 2 - aqueles que vão na onda, podem até ser menos vorazes, cobrar uma comissão menor ou até fazer alguma coisa boa para contrabalançar e aliviar a consciência.
Muitos políticos param suas atividades anteriores, quando eleitos e ficam preocupados se o mercado vai aceitá-los de volta quando o mandato terminar, então a maracutaia ficaria como uma espécie de poupança pro futuro.
As pessoas de bem também pecam por omissão, não querem sair da "zona de conforto", preferem trabalhar com entidades sem a pecha de político corrupto, ainda mais que não temos o cuidado de checar se toda a informação sobre o político é correta, então o medo de ser mal interpretado nas suas ações e até mesmo que a tentação do poder seja mais forte que suas convicções. Então talvez a maioria seja mesmo desonesta, simplesmente vencem por "WO", por falta de adversário.
Eu gostaria de ser político, mas existe um partido que seja um reduto só de pessoas incorruptíveis? Que não aceite pessoas com problemas na justiça e que não se coligue com partidos que tenham políticos com "ficha suja"? Todo partido pequeno logo se coliga com o partido do governo por uma questão de sobrevivência. Então tem jeito?
Olha, se você me provar que existe uma alternativa assim, que não seja radical, eu posso até me filiar. Ou então vamos formar um partido, não vai nem eleger síndico de prédio. Uma sugestão: PDQ - Partido Don Quixote.
PS - Atenção para a cilada: Seja Dilma, seja Serra ou qualquer outro, esperto mesmo é o PMDB e outros que seguem a cartilha de esperar quem assuma e logo formarem a base em nome da "governabilidade". Bjos.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Mãe

Se mulher já é difícil de entender, a mãe é a sua versão em hieroglifos. A mulher, quando quer ser mãe, já assina um contrato de sofrimento por anos e anos, porque, no mínimo a criança vai ficar doente, vai ter problemas na escola, vai ter a rebeldia natural do adolescente, vai ter más companhias (o filho dela nunca é a má companhia), vai ter contato com drogas, pular de paraquedas, vai arranjar um(a) namorado(a) que ela vai se antipatizar. A mãe vai sofrer a ingratidão, o conflito de gerações, os valores que mudam a todo instante, etc. Que amor íncondicional é este, a ponto de esconder a droga do filho em casa, de visita-lo na cadeia seja qual for o crime cometido, de passar meses ou anos ao lado do filho na UTI, de cuidar do altista, do deficiente mental, de ouvir o filho policial contar suas aventuras e desventuras quotidianas?
Nada me tira da cabeça que a mãe projeta parte de si nos filhos, quando vai bem é uma vitória pessoal, é o resultado daquilo que saiu de seu útero, de muitas noites mal dormidas, de muito leite de seu peito, uma extensão de si.
Quando vai mal, é falha sua, é a sensação de que poderia fazer melhor, enfim, um caminhão de culpa nas costas.
Toda mãe deveria ser espírita, na doutrina você tem até 50% de desconto (não, não é liquidação) tanto no sucesso quanto na culpa, porque a educação na família é muito importante, mas parcial, depende do nível de evolução daquela alma, se for pequeno, não há resultado perfeito e se for alto, existe muito o mérito próprio e não só a parte dela (e do pai). Mas isto é racional, e o racional não floresce muito neste meio de cultura. Ainda somos animais, e protegemos nossa prole. A mãe tem o sono mais leve, herança do tempo das cavernas para ouvir possíveis predadores rondando. Protegiam seus filhos com o próprio corpo. Isso não se apaga facilmente.
Quando a gente tenta aconselhar a mãe que sofre, de que a responsabilidade não é mais sua quando seu pimpolho, que na verdade já é um marmanjo barbado, escolheu aquele caminho que não é aquele que ela queria (não estou falando só de bandidagem, mas de tudo, até daquela nora que briga com ela) de nada ou pouco adianta. É chorar e rezar, chorar e rezar repetidamente. E vai pegando na coluna, no estômago, no coração (sempre apertado). Esse cordão umbilical é feito de tungstênio, o metal mais duro que existe. Estou falando no geral, nem toda mãe é assim e, é claro, existe o oposto, o descaso total e, raro, o meio termo. Mas mãe virou uma instituição imutável, no famoso clichê: Mãe é mãe. E já existia e vai existir para sempre ou até que a engenharia genética prove o contrário. (Espero que não, por bem ou por mal acho que prefiro ter uma mãe de verdade, com suas virtudes e defeitos.)
Que será que Deus queria quando inventou a mãe: Se é instinto materno, natural, por que o corpo tem que sofrer tanto? É possível um modelo mais equilibrado no futuro? Bjos.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Preconceito 2

Fiquei pensando....Acho que não me exprimi corretamente nos últimos posts e pretendo esgotar esse assunto agora.
Eu não tenho preconceito nenhum, no sentido de antipatia a qualquer minoria. Bem, talvez pelos motoboys que, se tivesse um jeito dele passar pelo seu fiofó para cortar caminho no trânsito, pode ter certeza, ele o faria. Um dos meus melhores amigos é homossexual, uma pessoa maravilhosa. Trato de todos os tipos de gente, raça, cor, religião, como profissionais do sexo, travestis, viciados, detentos e todo tipo da fauna urbana no meu ambulatório de dst e são pessoas normais, cada um com sua dor e delícia de ser o que é. Só fico pistola com uma grande amiga minha quando discutimos a fé e falo que tenho simpatia pelo espiritismo e ela só não me excomunga porque é evangélica extremista e esse negócio de excomunhão é coisa de católico extremista. É preconceito.
Mas confesso que não gosto de militantes de qualquer bandeira. Tem gente legal, mas resvalam frequentemente pro exagero. Geralmente são pessoas que vivem com a sensação de estarem sendo discriminados. Na minha opinião, se você foi discriminado, tem mais é que denunciar, processar, exercer seus direitos, mas pontualmente, conforme a necessidade e tocar a sua vida na leveza, na serenidade. Sou contra ter dias disso ou daquilo para "lembrar a luta daquela categoria pelos direitos iguais". É bobagem, depois da constituição garantir direitos iguais, acabou.
Mas isso é sentimento meu, cada um faz e vive o que quer na cabeça. Eu que me lixe e, se incomodado que me retire. Sou contra sistema de quotas, a não ser que você não teve oportunidade igual ao rico de se preparar. Mesmo assim, só no futuro saberemos se estamos formando bons profissionais assim. Sou contra o SUS pagar pela cirurgia de mudança de sexo. Mal dá para as doenças, e homossexualismo não é doença.
Tenho menos simpatia ainda pelos artistas que ganham fortuna com grupos que tem títulos como "Só Branco Sem Preconceito", "100% Brancão", "Nossa Cor Azul Marinho" (do Avatar).
Quem nasceu pobre, aquele que sofre deficiência física ou mental, qualquer minoria que sofre algum tipo de discriminação, tem todo direito a uma vida digna, de progredir em condições de igualdade, mas tem que cogitar que isto pode ser cármico, vai ter mais dificuldades, mas aqueles que conseguem prosperar na adversidade também tem mais valor. E é sinal de grandeza respeitar o ambiente que se encontra. Quer usar peruca loira, tudo bem, mas no velório da vó...

sábado, 1 de maio de 2010

Confrontos

Eu conheci há alguns anos, um senhor adorável chamado Oswaldo Cobra. Tinha a paz e a aura divina ao seu redor. Era alegre e empreendedor, ativo até quanto seu corpo o permitia. Ele me disse um dia - Quando você for para uma discussão vá preparado para perder. Porque se o argumento da outra pessoa for melhor que o seu, você ganha em sabedoria, se não for, simplesmente ignore.
Somando isso à frase de Chico Xavier que é melhor ser gentil que estar certo, procuro sempre conciliar na minha mente tudo que vem, em termos de crítica e sou o primeiro a admitir excessos, falhas e distorções.
Mas coisas destrutivas, agressivas, retóricas e superficiais, embora sinta um quê de chateação, logo passa e só posso agradecer à pessoa por me inspirar a mais um post que eu acho importante.
Todo povo tem, no geral, pontos fortes e fracos, coletivamente falando. Japoneses são trabalhadores, mas competitivos até a sensação de desonra e com tendências suicidas, por exemplo. Mas quero falar dos americanos, somos influenciados por muitos filmes em que existe muita discussão em que o importante é ganhar no grito ou devolvendo a bola e nenhuma das partes ganha ou, no fundo, muda alguma coisa. Quem ganha fica com a sensação falsa de que realmente ganhou alguma coisa, no máximo deu uma massageadinha no ego. É uma pena que um povo tão ordeiro, que prima pela liberdade e fazem primeiro pela sua pátria em vez de pensar que o governo tem que fazer pelo povo primeiro, como o brasileiro, tenha essa mesquinharia arraigada.
Algumas vezes, quando eu vejo os comentários no Terra, quando o assunto é aberto a discussões, um desrespeito total a opinião alheia e parte-se para agressão pessoal, para a vulgaridade e críticas sem embasamento lógico. Não sei qual é a diversão nisso, mas não é algo construtivo. Somos bons imitadores naquilo que não presta. É mais um indício que a humanidade está contaminada por uma competitividade predatória e sem amor. Bjos